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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Matéria de História

CRISE DO SISTEMA COLONIAL PORTUGUÊS

I – Nativismo
1) Características
- Movimentos regionalistas
- Propunha reformas no sistema colonial
- Organizados pela elite colonial brasileira

Vamos relembrar:
Nós séculos XVII e XVIII estão acorrendo várias revoluções:
XVII: Criação do Iluminismo e revolução Inglesa
XVIII: Revolução Francesa e Revolução Industrial

As potências vão deixar de ser Portugal e Espanha, e passar a ser Inglaterra, França e Holanda, pois essas três estão investindo em indústrias e as outras só exploram as colônias.

Vamos ao que interessa!

No Brasil, no século XVII, estão surgindo movimentos nativistas que querem alterar o sistema colonial português reduzindo a exploração de Portugal sobre o Brasil.
Alguns desses movimentos (principalmente a inconfidência mineira) foram influenciados pela independência do EUA, e por idéias Iluministas.
As regiões brasileiras que  se revoltaram, foram Minas Gerais e Nordeste pois estas eram muitos exploradas, por causa do ouro que tinham e da cana de açúcar respectivamente.
Nas outras regiões não vai ter pois nelas não existiam produtos que geravam riqueza para Portugal.
Esses movimentos eram organizados pela elite colonial brasileira.
As revoltas ocorreram, principalmente, por descontentamentos com medidas administrativas ou funcionários metropolitanos: abusos na cobrança de impostos, novas tributações consideradas injustas, dificuldades de terem seus pleitos encaminhados ao monarca ou aos tribunais do reino, crises econômicas prolongadas, etc.
Logo a maior parte dos conflitos ocorridos no período colonial não teve por finalidade a separação do Brasil com relação a Portugal, eles foram, antes de tudo, manifestações políticas contrárias aquilo que os colonos consideravam inaceitável.



2) Movimentos
2.1- Revolta de Beckman (MA -1684)
- Causas:
* Crise econômica açucareira
*Falta de escravos negros
*Proposta: escravizar os índios
- Criação da Cia de comércio do Maranhão
- Revolta dos senhores de engenho
- Repressão portuguesa
- Medidas Portuguesas:
* Extinção da Cia de Comércio
* Início da escravização indígena

Os reinóis: eram os portugueses que viviam na colônia, não pagavam impostos, possuíam cargos mais altos (cargos políticos).
Os mazombos: eram os brasileiros da colônia, eram donos das minas e canas de açúcar, pagavam impostos, queriam igualdade e diminuição dos impostos.

(Foi um conflito entre colonos, comerciantes metropolitanos e jesuítas.)
Em 1654: Insurreição pernambucana, expulsão dos holandeses do Nordeste, é a partir daí que o Nordeste entra em crise.
A crise persistia ainda em 1684, e a colônia sofria com o problema da falta de escravos, pois não tinham dinheiro para comprar, devido aos elevados preços. Os preços estavam elevados pois a Holanda estava pagando muito caro por eles, o que fazia o preço subir.
Dessa forma os índios eram usados como escravos.
O rei atendendo a um antigo pedido dos jesuítas libertou todos os índios que estavam sendo escravizados na região do Maranhão e criou, para o cumprimento dessas medidas a Junta das Missões.
Os produtores locais necessitavam que dos índios para que recolhessem as drogas do sertão, plantassem algodão e criassem animais iniciaram um conflito com os jesuítas.
Com o objetivo de diminuir as tensões e, ao mesmo tempo, ampliar os mercados para traficantes de africanos e comerciantes portugueses de gêneros como azeite, vinho e tecidos, o governo metropolitano criou a Companhia Geral do Comércio do Estado do Maranhão, em 1682. A companhia era liderada pelos reinóis.
Entre as incumbências da Companhia, estavam a importação de 500 negros africanos por anos, para substituir a mão de obra indígena, a venda dos gêneros trazidos da metrópole e a compra dos produtos cultivados e coletados no local. No entanto, a companhia não cumpriu o acordo, além de ofereceras mercadorias importadas (trazidas de um país estranho) a preços considerados injustos pelos colonizadores e propor o pagamento de valores irrisórios (absurdos) aos gêneros produzidos localmente.
Liderados por Manuel Beckman (ele e todos os outros integrantes da revolta erma mazombos), os produtores maranhenses se revoltaram, expulsando os dirigentes da Companhia de Comércio e os jesuítas. Reunidos na câmara de São Luís, os rebeldes decidiram formar um governo provisório, até que a situação fosse resolvida. Tomas Beckman, irmão de Manuel Beckman e também um dos líderes do movimento, foi a Portugal para explicar as autoridades metropolitanas, os motivos da revolta e, principalmente apresentar provas de fidelidade de todos os envolvidos no movimento ao rei.
O Rei achou que isso não era motivo para tanta revolta, e acabou condenando Manuel Beckman e Jorge Sampaio (outro importante líder do movimento) a morte,e nomeou um novo administrador para o Maranhão, os outros participantes sofreram degredo ou cumpriram uma pena na prisão.
Sufocada a revolta, ficou claro que a companhia realmente não cumpria suas funções, e essa foi extinta em 1685. Com isso os índios voltaram a ser escravizados (houve a extinção da Companhia de Jesus/ A igreja ganhou dinheiro para isso).
Já o irmão de Manuel Beckman- Tomas Beckman- após cumprir sua pena de degredo em Pernambuco, conseguiu autorização rela, para voltar para o Maranhão e desenvolver lavouras.
O que aconteceu foi  que a volta dos índios escravos, resolveu somente o problema da mão de obra e não o da crise do nordeste.

2.2 Guerra dos emboabas (MG- 1707/1709)
- Causas
* Disputas pela posse das minas de ouro entre paulistas e portugueses.
*Endividamento dos paulistas.
- Conflitos armados entre paulistas e portugueses
*Capão da traição
- Medidas portuguesas
* Confisco das minas de ouro
* Início da exploração aurífera em Goiás e Mato Grosso

Os paulistas foram os descobridores do ouro em MG, logo que a notícia de espalhou várias pessoas vieram para MG. Os paulistas se achavam os únicos donos do ouro por isso não receberam com simpatia os portugueses (emboabas) e brigas pequenas eram constantes entre eles. Até que essa briga evoluiu e se tornou um conflito armado.
(os portugueses, eram os tropeiros, ou seja os comerciantes que passavam pela estrada real vendendo mercadorias, eles saiam de São Paulo e do Rio de Janeiro e iam para Minas Gerais e começaram vender seus produtos muito caro para os Mineiros, dessa forma eles não tinham como pagar e entraram em divida e acabaram tendo que dar as minas como pagamento)
Chegou um instante em que os emboabas eram maioria da população. Aproveitando que estavam em maior número, eles resolveram se organizar para impor total controle sob a região, expulsando os paulistas.
Comandada por Bento Coutinho, os emboabas conquistavam cada vitória de maneira a intimidar os adversários. Em uma de suas primeiras ações, mais de 300 paulistas foram cercados e ficaram sem qualquer chance de realizar um contra-ataque. O capitão emboaba prometeu poupar os que se entregassem, conseguindo assim a rendição dos paulistas. Mas não cumpriu com a sua palavra e os massacrou. Esse episódio ficou conhecido como Capão da Traição.
As vitórias emboabas se seguiram e a metrópole não conseguiu interferir de forma eficaz no problema. Dessa forma em 1708 o principal líder emboaba Manuel Nunes Viana foi aclamado governador das Minas. No ano seguinte,a vitória definitiva dos emboabas seria reconhecida com a rendição dos últimos combatentes paulistas após serem derrotados na batalha do rio das Mortes.
Em 1910 foi feita a Capitania Real de Minas Gerais entre os territórios de São Paulo e Rio de Janeiro, com o objetivo de o governo português voltar a ter controle sobre a área, evitar conflitos, facilitar a cobrança de impostos na região.
Foram feitos documentos que diziam que as minas de MG eram de portugueses e só esses podiam explorar, por isso muitos dos paulistas dirigiram-se para Goiás e Mato Grosso em busca de novas jazidas; que acabaram sendo encontradas, outros retornaram para suas capitanias de origem e passaram a se dedicar a atividades agrárias complementares a economia mineradora.

A guerra dos Mascates (Pernambuco 1710-1711)
- Causas
* Crise econômica no nordeste
* Recife X Olinda
- Elevação de Recife a capital de Pernambuco

Foi uma guerra que opôs os ricos comerciantes  estabelecidos em Recife aos proprietários de engenho possuidores de cada em Olinda.
Com o fim do domínio holandês a importância econômica de Recife, aumentou significativamente o que levou as principais lideranças locais a reivindicarem para que Recife deixasse de ser considerado vilarejo, e fosse considerado vila, fazendo com que dessa forma, Recife se separasse de Olinda.
A situação de Recife estava boa, pois era uma das principais praças comerciais dos territórios lusos Além-Mar, posição conquistada devido as obras de infra-estrutura, realizada no período holandês. Concentrava importantes desembarques e embarque para a metrópole e outras colônias, e por isso lá viviam grandes comerciantes que eram chamados pelos Olindenses de Mascates. (o porto foi feito em Recife e não em Olinda, pois Olinda fica em cima de um morro e não tem como fazer porto).
Olinda apesar de ser vila e portanto a quem Recife se subordinava , refletia a crise econômica açucareira, o preço do açúcar brasileiro estava cada vez mais baixos na Europa, tanto por que havia maior oferta do produto com o aumento da produção nas Antilhas pelos holandeses que lá se estabeleceram depois de deixar o Brasil, quanto por que a realidade do açúcar Antilhano naquele momento era melhor.
Recife portanto dependia das decisões de um Câmara Municipal cujo os vereadores eram proprietários de engenho em dificuldades financeiras, e devedores dos “mascates”, que desprezavam. Daí a pressão dos recifenses para a separação. Portanto os olindenses não queriam se separar por que se não os recifenses iriam deixar de pagar os impostos que pagavam à Olinda.
Em 1709 a metrópole (apesar de muitos serem contra) emitiu ordem criando a Vila de Santo Antônio do Recife. Os olindenses ficaram revoltados com a metrópole que havia quebrado o pacto com ele ao fazer tal ato sem consultá-los.
Foi quando Portugal nomeou Recife como capital de Portugal que os habitantes de Olinda se revoltaram muito, e se iniciou um verdadeiro conflito.
A guerra teve início em 1710, com a vitória dos olindenses que conseguiram invadir e controlar a nova cidade pernambucana. Logo em seguida, os recifenses conseguiram retomar o controle de sua cidade em uma reação militar apoiada por autoridades políticas de outras capitanias. O prolongamento da guerra só foi interrompido no momento em que a Coroa Portuguesa indicou, em 1711, a nomeação de um novo governante que teria como principal missão estabelecer um ponto final ao conflito.

O escolhido para essa tarefa foi Félix José de Mendonça, que apoiou os mascates portugueses e estipulou a prisão de todos os latifundiários olindenses envolvidos com a guerra, e fez valer o decreto que elevava recife a categoria de vila. Além disso, visando evitar futuros conflitos, o novo governador de Pernambuco decidiu transferir semestralmente a administração para cada uma das cidades. Dessa maneira, não haveria razões para que uma cidade fosse politicamente favorecida por Félix José.
Os olindenses revoltosos foram condenados por ofensa grave ao rei.
Recife então manteve a condição de vila e Olinda nunca mais voltou a ter tamanha importância.
Curiosidades: no século XVIII Pernambuco quis se separar do Brasil.


Revolta de Vila Rica ou Felipe dos Santos (MG/1720)
- Causa
* Criação das casas de fundição
- Prisão e morte de Felipe dos Santos
* Esquartejamento

Pedro Miguel de Almeida (Conde de Assumar- governador na capitanis de MG) compara Minas Gerais à um inferno, pois somente em seu governo ele teve de enfrentar 16 rebeliões contra Portugal que estava explorando cada vez mais, e cobrando impostos elevados aos metais preciosos extraídos da região.
A mais grave dessas 16 rebeliões ocorreu em junho de 1720 e ficou conhecida como revolta de Felipe dos Santos.
O movimento começou a partir do anúncio de que seriam instaladas Casas de fundição, que ficariam responsáveis pela transformação de todo ouro em barras. Todo ouro encontrado passaria pelas casas de fundição, onde seriam descontado o quinto (20 por cento da quantia), no momento da transformação do ouro em barras, o ouro também recebia um selo real, e só esses podiam circular, evitando assim a sonegação de impostos.
Felipe dos Santos, um tropeiro, liderou o movimento rebelde, propondo desobediência geral às ordens da coroa e o assassinato do governador da capitania. Junto com os outros rebeldes, elaborou um documento expondo a corrupção da burocracia metropolitana e exigindo que as casas de fundição não fossem instaladas. O conde de Assumar, em um primeiro momento, concordou com as exigências e os rebeldes; em contrapartida estes se comprometeram a entregar anualmente 30 arrobas de ouro ao rei, quantidade que eles consideravam justa. Ou seja, não se mostraram contrários a Monarquia a ao rei, mas sim aos abusos de uma administração colonial corrupta.


Revolta

A revolta durou quase um mês. Os revoltosos pegaram em armas e chegaram a ocupar Vila Rica. Diante da situação tensa, o governador da região, Conde de Assumar ,( Assumar amedrontado com o grande numero de mineradores fingiu acatar as reivindicações pedidas por eles) chamou os revoltosos para negociar, solicitando que abandonassem as armas. Após acalmar e fazer promessas aos revoltosos, o conde ordenou às tropas para que invadissem a vila. Os líderes foram presos e suas casas incendiadas. Felipe dos Santos, considerado líder, foi julgado e condenado à morte por enforcamento.
Alguns dizem que a revolta de Felipe dos Santos, foi o embrião para a inconfidência mineira.
II- Conjurações
1- Características
- Movimentos regionalistas
- Influenciados pelo iluminismo
- Propunham o fim do sistema colonial

Nenhuma revolta resolveu os problemas da capitania, MG e nordeste querem ser independentes em épocas diferentes quiseram se separar do Brasil.

Idéias liberais, iluministas, e as conjurações mineira e baiana

Tanto na conjuração mineira como na baiana, com graus e níveis diferenciados de envolvimento dos grupos mais pobres da população, estão presentes os seguintes aspectos do pensamento iluminista: as noções de que os governos deveriam existir para garantir direitos naturais dos homens como a liberdade e a propriedade; a idéia de que a soberania residia no povo e não em um monarca; a compreensão das leis como expressão da vontade dos cidadãos e de que elas só deveriam proibir o que fosse prejudicial a sociedade.
O maior incentivo das duas conjurações, foi a independência dos EUA, já que estes tinham conseguido a liberdade, recorrendo ao direito que todos os homens possuíam de destituir governos opressores.


2 – Movimentos
2.1 Inconfidência mineira
- Causas
* Aumento da cobrança de impostos
*Influencia da independência dos EUA
- Movimento elitista e natimorto
* Exceto: Tiradentes
- Projeto político      
* República
* Bandeira capital, investimentos em manufaturas
* Escravidão
- Delação: Silvério dos Reis
- Devassa (1789-1792)
* Punições
- Tiradentes: pena de morte
- Elite: degredo africano

A inconfidência mineira foi a primeira tentativa da elite conseguir acabar com a finta e a derrama. Os revoltosos estão sendo influenciados pelo iluminismo e pela independência dos EUA, e querem separar MG do Brasil.
Vamos relembrar algumas características da independência dos EUA:
- Foi organizada pela elite que não quer pagar os impostos, foram influenciados pelo iluminismo, fizeram uma guerra com apoio do povo, e criaram uma constituição que defendia voto censitário e continuidade da escravidão.
No Brasil a conjuração mineira vai ter características muito parecidas com a independência dos EUA, por isso os manifestantes pensaram que iria dar certo.
O movimento foi realizado pela elite (com exceção de Tiradentes que era mais pobre). Tiradentes entrou pois era policial e sabia de locais para fazer guerrilha, sabia onde poderia ganhar as guerras.

Vejamos o movimento

Aconteceu na capitania de MG e teve início em 1789, é mais conhecido pelo nome que as autoridade que queriam reprimi-lo davam: Inconfidência Mineira. Afinal, do ponto de vista metropolitano, tratou-se de um movimento de traição e alta infidelidade ao soberano luso.
Portanto os participantes do movimento se consideravam conjurados, por conspirarem em favor de seu interesse e não traidores, daí o episódio também pode ser chamado de Conjuração Mineira.
Os acontecimentos da conjuração tiveram como principal motivação a insatisfação generalizada dos moradores da capitania de Minas, sobretudo dos setores mais ricos, com a administração portuguesa e sua política de arrecadação de impostos que eram adotadas para a região.
Seguindo as idéias liberais e iluministas, os principais proprietários da terras e áreas extrativas de ouro, comerciantes, magistrados, alguns militares e importantes intelectuais luso-brasileiros, consideravam que cada vez menos tinham suas demandas atendidas pelo governo, apesar de serem obrigados a pagar impostos para o “sustento do estado luso”. Eles não podiam eleger representantes para colaborar na administração pública que eles consideravam financiar (mesma queixa dos antigos colonos na América do norte).
Ao longo da década de 1780, a produção aurífera tinha despencado e, mesmo assim a coroa portuguesa continuava explorando e cobrando altos impostos sobre o ouro, o quinto. A cota anual era de cem arrobas de ouro (1500 quilos), mas caso esse montante não fosse atingido, o governador da capitania de minas poderia decretar a derrama (ir na casa e pegar em qualquer coisa, o valor do imposto).
Chegou em um ponto em que os mineiros estavam devendo 530 arrobas aos portugueses, e estavam com medo de ser decretada a derrama, esse foi um dos motivos da conjuração.
Cunha Menezes governador de Minas Gerais até 1788, deixou insatisfeito os principais líderes econômicos e políticos da região, por isso Gonzaga (advogado, um dos maiores líderes dos conjurados) escreveu duas vezes a rainha Maria I, denunciando cunha, a quem acusava, entre outras coisas, de suspender dívidas com fisco sem ser pelos meios competentes e de julgar questões a seu bel-prazer.
A rainha substituiu Cunha Menezes por Luís Antônio Furtado de Mendonça, Visconde de Barbacena. O projeto dos administradores metropolitanos era recuperar a credibilidade para depois cobrar os tributos e fazer a derrama.
Os colonos já associavam o novo governador a inimigo, antes mesmo dele fazer qualquer coisa por que pensavam que este viera para fazer a derrama.
O novo governador viu que seria perigoso cobrar a derrama a curto prazo, então resolveu esperar. Mas de qualquer forma, a ameaça de confisco que a metrópole fazia estava de pé,e os mais ricos, com medo resolveram organizar um levante contra o governo metropolitano. Os conjurados decidiram que o levante ocorreria quando fosse decretada a derrama, o objetivo era aproveitar o clima de insatisfação com a coroa e conseguir o máximo de pessoas para ajudar fazer o levante. Eles desejavam a separação da capitania de minas gerais do resto da colônia e de Portugal.O novo país seria uma república, dirigida inicialmente por Tomás Antonio Gonzaga, caberia a ele e mais dois, fazer uma constituição.
Após conseguirem a liberdade os revoltados, queriam em matar o governador, instalar uma junta provisória para governar a capitania sendo publicada de pronto uma declaração da independência de MG. Entre as medidas que seriam adotadas após a independência da capitania, constavam a transferência da capital para São João Del Rei, a implantação de manufaturas em MG e a instalação de uma universidade em vila rica. Sendo que o governo seria uma república, porém não tinham definido o voto (EUA também não), nem se a escravidão iria ou não continuar pois tinha grupo que queria a continuação da escravidão e grupo que não queria.
O governador de Barbacena, sem condições de decretar a derrama, passou a chamar individualmente alguns devedores, para acertar as contas com a Fazenda Real. Uma dessas pessoas foi o coronel Joaquim Silvério dos Reis (minerador), que tinha grandes dívidas e se incorporou aos conjurados, para se ganhassem ele se livrasse das dividas. Contudo o perdão das dívidas oferecidas pelo governador era mais garantido e Silvério dos Reis acabou traindo os companheiros.

DEVASSA


Cerca de 34 pessoas foram presas e enviadas para o Rio, onde foi aberto o processo de crime por inconfidência, e um dos que foram condenado a morte foi Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier). Os outros mais tarde foram para  condenados a degredo africano.
Silvério dos reis acabou sendo preso, inicialmente o rei disse que seria preso só para que os outros não desconfiassem dele, porém quando já estava preso descobriu que caiu em um golpe, e ele não seria solto e receberia o mesmo castigo dos outros.

O que podemos perceber foi que esse movimento nunca aconteceu na prática, pois eles sempre esperavam a derrama para que pudessem agir, e essa não chegou pois os governadores estavam esperando a hora certa, foi um movimento natimorto ou seja, nasceu morto, nasceu e nuca aconteceu.

Curiosidades: Tiradentes era chamado de bode expiatório





            2.2 Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates (1798)
- Causas
* Crise econômica no NE
* Influência da Revolução Francesa (Regime do Terror)
- Movimento popular
* Apoio da Maçonaria
- Projeto político
* República com sufrágio Universal
* Abolição da escravidão
- Revolta popular
- Punições
* Populares – pena de morte
* Elite – degredo africano


Os baianos estavam vivendo uma situação muito precária, devido aos altos impostos que Portugal estava cobrando, e a falta de alimentos, por causa da crise do açúcar. Essa situação fez com que vários roubassem lugares onde vendia comida, surgiu então uma onda de assaltos em Salvador. A fome de alguns era tanta, que eles chegaram a roubar comida que os escravos levavam para os policiais.
Dessa forma a população passou a seguir idéias da revolução francesa para dar um fim a essa situação.
Foi neste contexto, que foram criados pelos integrantes da maçonaria (cavaleiros da luz) a “Academia dos Renascidos”, da qual participavam homens importantes. (os maçons eram ricos).
A ideia para o movimento, surgiu com discussões promovidas por essa academia e contou com a participação de pequenos comerciantes, soldados, artesãos, alfaiates, negros libertos e mulatos.
Das discussões na Academia resultou a conjuração baiana em 1798.
Nos primeiros meses, a insatisfação do povo aparecia, nos diversos conflitos que aconteciam na cidade. A forca na qual se davam as penas de morte, apareceu misteriosamente queimada.
Em agosto de 1798, panfletos escritos a mão, endereçados ao povo republicano da Bahia, foram afixados nas paredes das igrejas e em outros lugares importantes de Salvador. O Supremo Tribunal da Democracia baiana estava chamando o povo para o conflito armado.
O propósito do movimento era promover a separação da colônia do abominável domínio português e instalar uma república como a francesa em todo o país. Pretendia-se que todos os cidadãos, especialmente mulatos e negros, fossem iguais aos brancos, isto é, tivessem os mesmo direitos que eram garantidos aos brancos. Desejava-se um regime como na França, baseado na liberdade, na igualdade e na fraternidade. Prometia-se liberdade para os escravos e aumento dos salários dos militares.
Para os comerciantes a promessa era o livre comércio com todas as nações, e para os consumidores maiores facilidades de comprar os alimentos. E para todos, incluindo negros e mulheres o voto.
O que aconteceu foi que ao falar em diretos iguais, os pobres exigiram dos ricos a reforma agrária ( ou seja, queriam que partissem suas terras com eles).
A maneira aberta e ingênua com que os revolucionários conduziram o movimento facilitou o trabalho de repressão das autoridades portuguesas, que contaram também com a ajuda de delatores para identificar os envolvidos na revolta.
49 pessoas foram presas (entre esses, mulheres). A conjuração é também chamada de Conjuração dos Alfaiates pois a maioria de seus líderes eram alfaiates.
Na devassa, os agentes do rei não acharam planos revolucionários. Mesmo assim os líderes da conjuração – João de Deus Nascimento, Manuel Faustino, Lucas Dantas e Luiz Gonzaga das Virgens – foram condenados, publicamente enforcados e esquartejados. Outros participantes do movimento foram degredados.


III- Período Joanino (1808 -1822)
- Fuga da família real portuguesa
* Bloqueio continental
- Governo de D. João VI (1808 – 1820)
* Abertura dos portos (1808)
- Inversão brasileira
* Tratados comerciais com a Inglaterra (1810)
* Fundação do Banco do Brasil, Jardim Botânico e a Biblioteca Nacional.
* Invasão à Guiana Francesa e Uruguai (Cisplatina)
- Elevação do Brasil a Reino Unido de Portugal (1815)
- Revolução Pernambucana (1817)
-Processo de independência
* Revolução do Porto (1820)
- Regência de D. Pedro (1821 – 1822)
* Projeto de independência
- Unidade territorial
- Continuidade do plantation escravista
- Ausência de participação popular
* D. Pedro – Herói Popular
* Apoio da Inglaterra

Segundo o ministro Coutinho, Portugal só conseguia manter sua posição internacional graças às riquezas que retirava do Brasil. Contudo, após a independência dos EUA, os riscos das diferentes regiões da América portuguesa se separarem dando origem a várias pequenas repúblicas era bem grande – ainda mais por que os cofres metropolitanos não dispunham de dinheiro para evitar a desagregação de suas áreas coloniais. Por isso ele achava que a administração deveria ser transferida para o sua colônia mais importante, o Brasil. Todavia as grandes resistências das classes dominantes no Reino e a saída de Souza Coutinho do governo em 1803 acabaram por levar a um “abandono” temporário daquela proposta.
O assunto só foi revisto quando a França decretou o bloqueio continental.
O que aconteceu foi que o imperador francês travava diferentes batalhas no início do século XIX, já tendo conquistado quase toda a Europa Ocidental. A sua grande rival, no entanto, era a industrializada Inglaterra. Napoleão, temendo não conseguir derrotá-la militarmente, decidiu enfrentá-la economicamente, impondo-lhe o bloqueio continental: ou seja, os países europeus deveriam suspender qualquer transação econômica com os britânicos, sob penas de serem invadidos pelas tropas francesas.
Portugal, contudo, mantinha um esteiro vínculo comercial com os ingleses, o que dificultava a adesão do país ao bloqueio decretado por Bonaparte. Por outro lado, se o governo de D. João não aceitasse as condições do bloqueio, a invasão do país pelas tropas francesas seria inevitável e, neste caso Portugal iria ficar exposto às forças Francesas. Dessa forma D, João resolveu deixar Portugal e levar a administração para o Rio de Janeiro. O projeto de Souza Coutinho serviu como base para a referência.
Em novembro de 1807, a família real deixou a capital portuguesa, acompanhada por cerca de dez mil pessoas – entre nobres, funcionários do Estado, comerciantes e suas respectivas famílias. D. João e sua corte aportaram no RJ em 7 de março de 1808 onde permaneceram por 13 anos.
Como o Rio de Janeiro não tinha muitas habitações, as casas dos mais ricos eram escolhidas pelo governo português colocando as letras PR (Príncipe Regente) na frente, dessas formas seus donos tinham que entregá-las e sair.
Uma das primeiras coisas que D.João fez, foi abrir os portos às nações amigas, ou seja, a Inglaterra. Dessa forma, vários comerciantes se enriqueceram ainda mais, e muitos negociantes passaram a investir seus lucros aqui.
Os grandes proprietários exportadores de produtos agrícolas, em especial os produtores de açúcar e de algodão, já que na havia intermediação portuguesa em seus negócios. A ocupação de novas terras e o aumento da produção de gêneros agrícolas, sobretudo para o abastecimento interno, também se intensificaram.
Com a abertura dos portos o Brasil ficou um pouquinho mais independente na política, na economia expandiu seu comércio e passou a depender da Inglaterra, e culturalmente passou a usar produtos, roupas, acessórios que eram típicos de lá (de lugares frios).
Nos tratados que o Brasil fez com a Inglaterra, o imposto de importação ficou mais barato.
Com esses fatores, o Portugal passou a ser colônia da França e Brasil metrópole.
Nessa época o governo passou a dirigir novas pesquisas sobre novas e mais produtivas espécies vegetais no Jardim Botânico, fundado por D. João para desempenhar as funções de um instituto agronômico. D. João fundou o Banco do Brasil que garantiu a capitalização de recursos para investimentos na colônia. A escola superior de Matemática, Ciências, Física e Engenharia, a Escola Médico – cirúrgica e a Escola de Comércio e Administração forma criadas com o objetivo de qualificar profissionais para a atuação naquela área.
Em 1810 Portugal assinou tratados com a Inglaterra, para atender as pressões dos nobres que queriam importar manufaturados pagando baixos impostos, esses tratados são conhecidos por “Tratados de Aliança e Amizade de Comércio e Navegação” que garantiam impostos baixos tanto da Inglaterra para Portugal quanto de Portugal para a Inglaterra em relação a outros países.
Nesse meio tempo, o Rio Grande do Sul estava querendo sua independência, para acalmar os moradores de lá (e com medo do incentivo que estes podiam estar dando ao Brasil indiretamente), Portugal mandou o exército para o Rio Grande do Sul e conquistou o norte do Uruguai, estas terras foram dadas para os fazendeiros do Rio Grande do Sul, e tudo se acalmou. O norte do Uruguai, enquanto foi do Brasil, recebeu o nome de Cisplatina.
A Guiana Francesa, pertencia à França, tentando fazer “vingança” Portugal invadiu e a França nem importou pois lá não tinha nada.
Em 1815 por causa do Congresso de Viena (princípio da legitimidade) , D. João é chamado a voltar para Portugal, e ele não podia recusar pois havia assinado um documento.
É a partir desse período que o Brasil é elevado a Reino Unido de Portugal, ou seja, o Brasil e Portugal iriam ser metrópoles, sendo que a metrópole principal, é aquela que tiver o rei, ou seja, o Brasil. O reino unido é bom para o Brasil e péssimo para Portugal, pois se o rei não voltar para lá, Portugal não iria poder explorar o Brasil, por que as duas são metrópoles. A Inglaterra iria continuar explorando o Brasil, porém os ricos não, só os pobres, e era isso que importava para eles, se não explorasse os ricos estava tudo bem.
Todos esses acontecimentos geraram revolta em Portugal, pois a burguesia portuguesa, queria a volta de D. João, então ela vai organizar um revolta, chamada de revolução do porto.
Nesse meio tempo, iremos ter uma tal de revolução pernambucana, que foi uma tentativa de independência, queriam ser independentes e se separar do Brasil.
Esse foi maior movimento de contestação ao poder, no período em que a corte estava no Brasil. O motivo desse movimento é a crise do açúcar, quem está fazendo esta revolução é a elite latifundiária mais as classes populares. A revolta não deu certo pois, a Inglaterra e Portugal acabaram com isso,a Inglaterra não queria um Pernambuco independente pois estava com medo de dessa forma não comercializar mais com ela.
D. João recebe uma notícia de que a burguesia portuguesa exige sua volta(fizeram isso pois tinha apoio de vários países), e se isso não acontecesse D. João não iria mais ser rei. D. João não queria voltar pois amava o Brasil, mesmo com a queda de Napoleão, ele não queria voltar, mas agora estava sendo obrigado.
Essa revolta dos portugueses, é chamada de Revolta do Porto, e tem como principal objetivo a volta da família real para Portugal. Outro motivo que obrigou volta da D.João, foi o Congresso de Viena (congresso que reestruturou a Europa após o período napoleônico), com o princípio da legitimidade (volta ao poder dos monarcas derrubados). Se D. João não voltasse ele iria perder a Portugal para os para países que venceram Napoleão (Princípio do equilíbrio Europeu).
A elite brasileira permitiu que D. João voltasse, porém com a ressalva de que deixasse alguém em seu lugar; quem ele acabou deixando, foi seu filho D. Pedro.
A família real, então volta, e chegando lá, ele tem uma notícia desagradável, está sendo criada uma assembléia constituinte, essa assembléia vai fazer uma constituição para limitar os poderes do rei, e seu outro projeto é recolonizar o Brasil e mandar D. Pedro de volta.
O problema é que quando os brasileiros ficaram sabendo da constituição, eles quiseram ajudar nisso, já que o Brasil era reino unido de Portugal, os portugueses não gostaram mais acabaram aceitando.
Dessa forma vamos ter 170 deputados brasileiros e 470 deputados portugueses.
Quando os brasileiros chegaram lá, ficaram desesperados, pois uma coisa que era contra os brasileiros iria acabar sendo aprovada por maioria dos votos.
 Já que o governo português queria recolonizar o Brasil, a independência, tinha de ser feita agora ou nunca.
Projeto de independência:
* Unidade territorial: elite não quer que o Brasil se divida em pequenos países
* Continuidade do plantation escravista: continuar uma país com latinfundios, com trabalho escravo e monocultura.
* Ausência da participação popular: a independência brasileira, foi ato exclusivo da elite.
Porém a elite se preocupou em construir uma visão para o povo, de que o D. Pedro era o herói, para que a classe mais pobre não criasse conflito.
Lembrando que o representante desse movimento no Brasil, dos militares e da elite, era José Bonifácio.
A Independência do Brasil, se difere em grande parte da independência dos outros países, pelo fato de que nesta não houve uma guerra, mais sim um arranjo, em que a Inglaterra entrou, e para não perder nenhum mercado consumidor, vez com que a Inglaterra e o Brasil saíssem “satisfeitos” da independência.
Veja o que ela fez:
Ajudou o Brasil a ficar independente, incentivando Portugal à cobrar um alto imposto em troca da independência. Sem contar que D. Pedro não iria decretar uma guerra contra seu pai.
Outra diferença dessa independência em relação as outras, é que o povo não participou.
Como a Inglaterra ajudou no processo de independência, ele continuou comercializando com o Brasil após este virar país.

Veja algumas datas importantes:

Dia do fico: A elite portuguesa estava fazendo uma grande pressão para que D. Pedro voltasse, pois estavam com um pouco de independência do Brasil de Portugal. O dia do fico, foi o dia que D. Pedro disse eu não iria voltar.
Cumpra-se: Qualquer coisa que Portugal obrigasse o Brasil a fazer só seria obedecida se D. Pedro quisesse. (Decreto da soberania nacional).
O grito do Ipiranga: as margens do riacho Ipiranga em São Paulo, D, Pedro decretou Independência. Em uma viagem recebeu uma carta de seu amigo José Bonifácio, aconselhando que fosse feita a independência.
- Alguns estados eram contra a independência do Brasil em relação a Portugal.
Alguns países disseram reconhecer a independência do Brasil apenas se este diminuísse as taxas alfandegárias.

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